Bebeto Queiroz, prefeito eleito de Choró, se entrega à Polícia em Fortaleza. — Foto: Redes sociais/Reprodução
Prefeito eleito de Choró se entrega à Polícia em Fortaleza; atual prefeito também está detido
O prefeito eleito de Choró, no Ceará, Carlos Alberto Queiroz pereira, conhecido como Bebeto Queiroz (PSB), se entregou à Polícia, no sábado (23). Ele era considerado foragido, mas se apresentou espontaneamente em uma delegacia, no bairro José Bonifácio. O atual prefeito do município, Marcondes Jucá (PT), também foi preso na última sexta-feira (22).
Os dois foram alvos da Operação “Ad Manus”, deflagrada pelo Ministério Público do Ceará na última sexta. Durante a ação, foram presos e afastados das funções, por 180 dias, o atual prefeito e um servidor da Secretaria de Transporte do município.
Em nota, a Polícia Civil do Ceará informa que cumpriu, por meio da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), um mandado de prisão temporária em desfavor de um homem de 45 anos. Bebeto Queiroz possui antecedentes por porte ilegal de arma de fogo.
Irregularidades
Conforme a decisão judicial, à qual o g1 teve acesso, logo no primeiro mês de mandato, em 2017, o prefeito teria decretado emergência no município e com isso fez uma dispensa de licitação para contratar um posto de combustíveis que ofereceu preços muito mais altos que os praticados no mercado.
Conforme o Ministério Público, o valor era mais alto porque parte do dinheiro pago à empresa era, posteriormente, repassado ao grupo do prefeito. Além disso, o MP afirma que o gabinete do prefeito permitia o abastecimento de veículos sem qualquer controle, inclusive carros que não eram da frota municipal e que não tinham relação funcional com a prefeitura.
Parte dessas empresas envolvidas nos esquemas de desvio de dinheiro e pagamento de propina ao atual prefeito são de propriedade do prefeito eleito, Bebeto Queiroz, que foi apoiado por Marcondes nas eleições e foi eleito com 5.971 votos, correspondente a 61,1% dos votos válidos de Choró.
Segundo o Ministério Público, Bebeto e Marcondes controlavam as empresas que obtinham contratos milionários com a prefeitura e depois recebiam propinas de parte das obras e serviços executados pelas empresas.
O g1 procurou a defesa do prefeito Marcondes Jucá, mas não obteve resposta até o momento. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do prefeito eleito, Bebeto Queiroz.
Vereadores e servidores beneficiados
O prefeito Marcondes Jucá também teria montado um esquema de fornecimento ilegal de vantagens de serviço e bens públicos para vereadores da cidade, que recebiam dinheiro, combustíveis, conseguiam marcar exames em hospitais, entre outros benefícios irregulares.
Além dos mandados de prisão contra o atual prefeito, o prefeito eleito e o servidor, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão nas cidades de Canindé, Choró, Quixadá e Madalena contra os investigados.
São apontados diversos beneficiários nos esquemas: vereadores, empresários da região, secretários municipais e outros servidores públicos. Durante as buscas, foram apreendidos aparelhos celulares, computadores e documentos relacionados aos contratos investigados. A Justiça também determinou o encerramento imediato dos contratos da Prefeitura com as empresas alvos da operação.
A decisão judicial também ordenou o afastamento, por 180 dias, do prefeito Marcondes Jucá, dos vereadores e dos servidores citados no caso. Os investigados poderão responder por crimes contra a administração pública, peculato, falsidades material e ideológica e corrupção passiva e ativa.
(Fonte – G1 Ceará)